Relato de Janeiro

Não foi nada fácil iniciar o ano sem tua presença, depois do que vivemos nos ultimos dois anos. Além da dor da separação (decidida em comum acordo), mudaram meu horário de trabalho, onde passei a exercê-lo das 14:00hs as 22:12min. Toda confusa, o coração em frangalhos e buscando forças diariamente pra continuar a sorrir. No dia primeiro mesmo ajeitei tudo aqui em casa, nossas fotas guardei em minha agenda, a que mais gosto coloquei na sala, no meu porta-retrato roxo. Não queria ouvir tue nome, meus ralos enchiam com as grossas águas...foi terrível. Tua tia me ligava todos os dias, eu não perguntava por tí. Queria distancia mesmo...
Fiz novas amizades, corri atrás da minha matricula na escola nova, não desisti do meu sonho de me formar em psicologia; e nem o farei. Lí bons livros, a maioria de Chico Xavier. Escrevi muito sobre nós e sobre o que observo pelas ruas...estive sózinha na maioria das manhãs...
Tive o carinho dos amigos, hora fosse por telefone, por mensagens via celular, alguns almoços, enfim...
Na segunda semana, como minha cachorra Pan comeu meu celular comprei outro, mantive os numeros, o meu e o seu (aquele que te dei), com todas suas mensagens ainda...depois descartei...queria não ver sua sombra...
Conheci alguém na Casa Santa, conversamos muito, durante tua estadia por lá...trocamos telefone, prometemos não perder contatos. Você me ligou na segunda semana, uma, duas, três vezes, ligou mais...não atendi.
Na terceira semana eu te liguei, pedindo o cd da minha cam...tua voz estava triste, igual a minha...trocamos um até mais...
Que bom que com as amizades dei muita risada, falei de você e do meu amor, por você. Humberto me liga quase todos os dias, me dá forças...pra que eu não me perca, no escuro da solidão.
Estivemos juntos na terceira semana, fui ajudar a tia a limpar a casa e ficar perto de tí, meu coração pedia.
A pessoa que me ligava naquele dia é só um amigo, nada mais...é você quem eu quero!
Nosso quarto mudado, só uma cama de solteiro me fez ver que ali não tinha mais espaço pra mim, o nós ficou pra trás, ficou no passado. Mas cuidei, limpei e arrumei, como sei que gosta...por amor.
Falou-me da semana seguinte, do teu aniversário, deixou uma deixa pra eu entrar, ou voltar, sei lá...apenas sorri e te agradeci pelo dia juntos. 
No dia do dedicado a você fui trabalhar as 6:00hs e não pude te ligar, nem te ver, porém não te esqueci. Pedi a Deus que cuide da tua vida e desse amor incerto...
No dia seguinte fui novamente trabalhar logo cedo, era minha folga, mas tinha obrigações, compromissos. Tua tia ligou pra falar de você...ouvi e nada disse, apenas um...uhum...entendo.
Quase oito e meia da noite, muito calor no hospital, eu correndo de um setor pro outro, telefone vibra dentro do bolso..era você, me convidando pra ir vê-lo, pois tinha comprado uma pizza(daquelas que gosto..rsrs) e dizia querer me ver. Perguntou se eu podia durmir contigo, estava com saudades. Eu disse sim. Liguei em casa e avisei meus filhos, amanhã eu apareço.
Estava me esperando, de bermuda e camiseta, chinelo...trocamos um beijo no rosto e sorrimos timidamente.
A mesa estava posta, lanchamos juntos como antigamente, nos saudosos tempos...eu arrumei cozinha, você tirou a mesa..rs
Um colchão foi colocado do lado da tua cama, onde deitei e ficamos conversando, foi muito bom esclarecer tudo entre a gente...peguei no sono, você também...
Pela manhã fez café e foi me acordar, sorrindo. Perguntei se estava contente com minha presença. disseste sim...estou muito feliz! Me agradeceu..
Não rolou nada, só um beijo na testa, um do outro, em silêncio...
Almoçamos juntos e segui para mais um dia de trabalho, rindo a toa pelas ruas..rsrs
Você me chamou pra voltar, não respondi...preciso pensar melhor...
Meu penultimo dia nesse horário e estivemos juntos meu amado.
Hoje é domingo, estou aqui em casa, pensando em você, distante de corpos, juntos de coração. Mais tarde vou passar ai pra pegar minha encomenda e novamente te ver.
Suspirando vou parando por aqui...


Estela
30-01-11