Relato de uma masoquista

Um susto! Um susto enorme ao me descobrir masoquista. Com 43 anos muito bem vividos, minha alegria transparente em minha face feminina, meu sorriso encantador, minha sinceridade responsavel por pessoas e pessoas afastarem-se de mim, pelo meu jeito impar de ser e agir. Isso pra mim é uma delicia, não me incomoda..rsrs. Sou mais eu! Aprendi a saciar meu desejo quando quero a dor. Não somente com aparatos em minha pele branca, gostosa, quando a agulha entra e o sangue escorre...não quando a cada palmatória carimbada na bunda marcando a presença no carinho do Dono. Nem mesmo quando fiquei 2 horas, 35 minutos mumificada, sendo o objeto de prazer dele. Não tenho dificuldades, medos do que está por vir, enquanto escrava submissa, sou masoquista. Todos esses são os maiores, melhores afagos que podes me dar. A mão, enorme, seca..empurrando o desejo de me vistoriar por dentro a entranha...deliro, peço mais, mais força, mais e mais dor. Aprendi que sou responsavel e cabe somente a mim a aprender a lidar com o outro(a). O comando é meu...ao cutucar a onça com vara curta, alimentando meu prazer, essa minha necessidade interior. Acho que pirei de vez..srsrs, mas e dai? O que tem de mais ser normal, o meu normal, o meu comum...se preciso disso tudo para me sentir normal? Então, nada mais me faz mal. Assim como estar longe dos carinhos de quem amo, estando perto sem ser tocada...é tudo igual, é fenomenal, magistral á minha pessoa. Eu cresci e aprendi que sobrevivo com perdas e ganhos, do dono e de estranhos...
Ser masoquista não é tão ruim assim...com seus afins...basta ter a mente aberta, o passo firme e coração em paz. Ser masoquista é viver na solidão, sorrindo pra uma multidão, é receber um tapa e sorrir, é gozar a vida e gozar com ela e de todos seus prazeres...é ser manter firme e forte, quando alguém minha alma corte e levantar, sem jamais se machucar. é por ai...não se importar com o que pensam de mim e sim me aceitarem assim...com minha ralhas e falas, meu silêncio e minhas vozes, meu amor e minha dor. 

eu me amo!