Um espinho escapa, fere alma e o velho sangue..escorre por dentro..os olhos perdem o brilho...a boca emudece, seca..a garganta trava. E nessa hora o mundo perde a cor, perde durante um tempo seu valor.
O que era bonito passa a ficar feio...o azul virá cinza...some o sol...estrelas se escondem...a tão linda prateada Lua, perde a magia. O homem antes forte e poderoso torna-se menino choroso...o gramado é pouco para seus deslizes ao chorar por sua amada. É assim que a vida marca suas páginas. Hoje depois de muito pensar, ciente do novo caminho...fui lá e fiz o que tinha de ser feito...coloquei um ponto final, cortei galhos, juntei o lixo, catei florais, virei e segui..sem erguer a voz ou questionar..segui....sem rumo, sem direção...carregando o punhal na mesma mão que ofereceu flores, semeou e com certeza...colheu belas flores...
E, diante um riacho, via minha imagem embaçada, amarga enquanto busca o mar...a masmorra, a senzala.
Avistei um Rei, de coroa na mão, chicote, também sem coração. Ajoelhei, beijei, ofereci meu pescoço...entregue a servir e servir. O pobre Plebeu..correu, não alcançou a ponte...ficou distante, até que a princesa saia de seu castelo e vá buscá-lo. Enquanto fêmea que sou, tomei a decisão que minha alma pediu...viverei sonhos, se amarei não sei dizer...sei que fiz e não arrependo..está feito, não tem mais jeito...é o fim!
A mesma vida, mesma mulher, agora cadela de um Rei sem coração, a mesma poeta de sentimentos liberta...rabisca, torce, molha, cria uma cena...enquanto acena para a multidão...com acordes de seu violão.
Hoje registro, carimbo em meu espaço o retorno a solidão, ao silêncio...a reflexão.
De alguma janela verei o sol...aquecerei o motor que tenho e nada mais desdenho..me empenho em ser feliz, nada mais.
Algumas situações na minha vida são..são..simplesmente são...e caberão...ou não.
Como diz meu amigo SILVA.."Estrela, você nasceu pra brilhar".
Eu completo...e fazer alguém chorar, amar...
Hoje quero que a noite voe...que o mundo esqueça que existo. Quero meu canto, meu coelho, meu silêncio.
Amanhã eu falo. Ponto final.
Tudo desligado...
Estela
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