Há quem diga que ao fim de uma relação BDSM entre os casais tudo se modifica. Cada um toma seu rumo, vira-se esquina, entra-se em becos, o manto da mudez os envolve, impedindo assim os dizeres. Seria a tal inimizade? Mágoa? Erro? Término do tezão? Pensando aqui creio que não...
Existe dois caminhos, a paixão se faz presente, a impossibilidade de maior aproximação. O não interesse de ampliar o vínculo entre o Dono e sua Cadela, o Senhor e sua Escrava, seja essa submissa ou masoquista. As correntes sem abrem, os nós se desfazem, o chicote é guardado, a coleira permanece, por sí. Na minha opinião isso é pavoroso, medroso, o sentir-se só, sem um comando, sem uma ordem. É o sentir-se incompleta. Falta algo, um vazio nos envolve...
É horrivel sabe...Virá de costas e os olhares são em busca de novos horizontes, algum edificio lá na frente. Depois de um determinado tempo é que você aprende que o servir é fantástico, mavioso. Aprende que a submissa que existe dentro de seu ser ganha vida; e perde também quando seu Dono se afasta. É assim que sinto cada vez que ele se aproxima de mim. Povoa, pisa firme ao meu lado, seguro, certo que sua escrava ao sentir seus passos silenciosos abaixa a cabeça e sente o amargo de suas lágrimas molharem sua boca. Ele volta e manipula seu brinquedo da maneira que é de seu desejo. Talvez derija a palavra ou não. Passa por mim e me despreza em busca daquela que realizará seus desejos mais ocultos, mais profundos.
Hoje, passado 3 anos e 5 meses é que compreendo o porquê não tirou sua coleira de meu pescoço, sabia que me prenderia para sempre. Que me libertará para servir outro (os), e que jamais deixaria de lhe pertencer. Hoje também eu luto, brigo com a cadela, a escrava que existe em mim. E reconheço que elas fazem parte de mim e que jamais morrerão, sem ou com o toque da tua Dominação, meu eterno Senhor.
Enquanto escrava, cadela, sou fraca, sou falha, imperfeita e indigna de sua amizade.
Sou folha seca levada pelos sopro da sua irritação, sou a pedra que ficou em um caminhar sem direção. Sou a vadia que lhe abrigou em meu coração. Sou a fêmea que chora em meio a multidão...Sou a intocável na sua ausência, a beleza na sua PRESENÇA.
Sou Polí e Estela, sua escrava e cadela.
Estela
Polí
18-10-09
Essa carta é dedicada ao homem que me iniciou na arte BDSM. Senhor FREDERICO SILVA.
JAMAIS NEGAREI QUEM SOU, QUE VIVÊNCIO E SINTO, PESSOAS GOSTEM OU NÃO!!
FAVOR RESPEITAR, FOTO PESSOAL!