Fato Importante (15-02-10)

Domingo é um dia chato. Normalmente eu e meu amor durmimos depois do almoço até que as crianças venham nos visitar. Diferente dos dias normais, Lek@ e Mi vieram mais cedo(14:00hs).
Conversamos, demos risada...(meu filho Matheus estava trabalhando), enquanto meu Rei durmia em nosso aposento. Mi, meu genroso querido nos fez companhia. Eu sentia um aperto no coração, uma mágoa, um sentir triste sem saber qual a exata razão. Comentei com a Lek@ sobre um urubu que avistei na sacada do prédio, no ap de uma amiga minha. Minha mãe costumava dizer que esses animais são mensageiros da morte, o que me preucupou. A pessoa estava em tratamento. Não demorou muito eles resolveram ir embora, pois queriam passear. (15:30hs). Nos despedimos no portão e eu voltei ao quarto e me deitei. Não relaxava... Vieram mil coisas na cabeça, sentei no pc e abri o livro virtual que meu amo querido baixou pra mim, dando inicio a leitura de DANTE ALIGHIERI, A DIVINA COMÉDIA. Não consegui me concentrar no contexto, me sentindo mal, com pensamentos negativos, a morte me sondando comecei a chorar (16:35hs).
Estou sempre de olho no relógio pra controlar os horários do Paulo e acompanha-lo á não ficar só quando está bebendo. Foi assim que descobri quando ele nescessita estar sem minha presença.
Chorei muito, meu coração urrava no silencio do quarto, para não acordar meu amor. Eu não sabia o motivo, não enxergava nada pra me conformar com tamanha dor. Levantei-me então, fui ao banheiro, tomei um banho gelado, da cabeça aos pés. Vestida já, peguei meu terço e comecei a rezar. Pedí a DEUS que me mostrasse o motivo do meu sofrer, do meu desespero. Pedí que cuidasse do Ma, onde quer que ele fosse mais tarde. Que aliviasse aquela dor em mim. E assim fui me acalmando...Liguei pra Le pra saber onde ela estava:
-Oi mãe, estamos no Carrefour comprando doce, eu e o Mi.
Liguei pro Ma também:
-Mãe, estou trabalhando, depois iremos pra Itirapina e durmirei no Fer pra amanhã cedo terminar a pintura na casa dele.
Bom, eles estavam bem, com a voz tranquila e contentes. O problema era comigo mesmo, na minha mente maluca.
(17:30hs), Paulo levantou e fomos sentar na área e conversar, o calor estava insuportável aqui em Sanca City. Nossa rua é demais movimentada, tanto de dia, de noite e na madrugada. Morar no centro têm o lado bom e o lado ruim também. Nossa conversa foi interrompida pelo telefone que recebi de uma amiga que está no Rio, comentei com ela que acabará de passar por uma tempestade corporal que sobreviví, embora nuvens nebulosas piravam sobre meu pensar...(18:40hs). Voltando pra companhia de meu querido fiquei alí a observar a sacada, onde o urubu não se encontrava mais. Estava tudo fechado. Paulo é muito conhecido e aqui para gente toda hora pra conversar com ele. Não tínhamos condições de sair de moto ou mesmo caminhar de mãos dadas com o Bi (nosso afilhado cachorro dele), porquê ele está bebendo a alguns dias já.
Sentei então na mureta, de costas pra rua e conversando com ele.
O relógio batia 20:55 hs, quando uma voz me chamou baixo, tom choroso, por trás, na calçada:
-Estela, a Nena morreu...
Virei rapidamente, encarei ela:
-O quê??
-A Nena acabou de morrer Estela.
Dei um pulo, tremia, sentía minhas pernas bambas, sentí uma tontura, me segurei na grade e olhando pra ela:
-Meu Deus, era isso então. Entrei pra dentro de casa, enquanto ela se foi, entrando no prédio.
Com o notícia tudo se clarificou na minha mente. Era um aviso, o mal estar que me povoava horas atrás. Soube mais tarde que o horário em que eu me encontrava na sofrimento, ela, na Santa Casa estava sendo entubada, por não suportar a medicação contra a doença.
Foi buscada pelos anjos a 20: 45hs.

Estela
16-02-10