Eu comigo

Escrevo essa memória em um quarto de pouca luz, na companhia de um velho computador e com palavras vindas de uma alma apaixonada carregadora de muita dor.
Lá fora pingos finos molham o chão. Aqui dentro não faço questão de estar sozinha, aliás desliguei até os telefones para não ser perturbada. Quero o silêncio total, onde me encontrarei nalguma de minhas andanças, algo que possa a me fazer refletir e da poesia eu não desistir. Sinto a alma vazia, sem qualquer tipo de fantasia que alegre esse novo dia. Talvez a poeta que um dia habitou meu ser se suicidou e no vazio entre o letrado aqui me deixou. Chegado a estação Outono, sem sentir nada, perco o sono...deprimida, com grossas lágrimas que escorrem em minha face, sou eu mesma sem disfarce.
Na esperança que tudo venha a mudar, arrisco um sorriso, um sol em meu ultimo rabisco onde faça alguém sonhar. Num alfabeto que ainda desconheço busco a felicidade a qualquer preço. Hora sorrindo, hora chorando, sei que só você vivo amando, mesmo que errando.

Estela
21-03-10

As vezes escrevo cada besteira...nem eu mesma sei o porquê. Entretanto, é isso que nesse momento estou a sentir.