Crônica - Onde estão meus passos?

Enquanto pela vida vou aprendendo, sobre poesias, sobre o mundo de cada um que passa por mim, fico a imaginar o tempo futuro. E hoje ao acordar, fazer minhas orações matinais, fui tocada por uma vontade louca de escrever algo que fugisse das marcas dolorosas que carrego na alma. Entretanto, pelo pouco que estudei, é enorme a dificuldade que ainda tenho, por querer sempre o melhor de mim, por ser exigente comiga mesma. De repente, Paulo não é sempre que meu amado Paulo está a fim de me ajudar e assim sinto-me sozinha e perdida a quem recorrer. Do outro lado, sei que posso contar com alguém de minha confiança, alguém que nunca ví realmente, porém, por sorte, nunca me nega ajuda..( e olha, sou cara de pau mesmo, quando quero algo..rsrs). Foi uma luz que veio, abri um de meus e-mails e pedí "help, please!".
Expliquei o que acontecia e a resposta veio de imediato, como criá-la.
E assim, com a alma repleta de felicidade, deu nisso, minha primeira crônica..rs
À você, meu amigo Poeta, meu sincero agradecimento, de verdade. Não publicarei seu nome pois não sei se me permiti. Espero que gostem. eis o texto:


Guardo comigo lembranças pacoalinas que talvez não voltem mais. O domingo amanhecia de cara nova, com gosto adocicado de puro chocolate. Tinha na alma uma paz que jamais voltei a me envolver, depois que cresceram meus filhos.



E, assim pela casa eu espalhava patinhas feitas de farinha, tombava o pote de pó de café em cima do ármario, espalhando pedaços de cenoura para manter a fantasia da vinda do coelho à visitá-los, e, pelo exemplar comportamento presentea-los. Por algum tempo, andei pelo túnel do tempo.


Nessa manhã percebí que tudo mudou, a lata permanece intacta em seu lugar, o chão limpo, sem pegadas, o olhar deles sobre mim cheio de brilho, enquanto as bocas anunciam calmo sorriso.


Nos abraçamos como nos tempos antigos, trocando além do conteúdo da embalagem, o gosto satisfatório que permanece de um dia Santo.


Fiquei contente em ouví-los que ao despertar foram direto olhar pra baixo da cama, em busca dos famosos ovinhos feitos com velas e perfumados. Esses, passariam o resto do ano em cima da comôda ou na sala...


Pude então, entender que meus passos, muito além da saudades do tempo antigo, ainda estão comigo.


 
Estela
04-04-10