Férias eternas (crônica)

A convite de um amigo passei uns dias na Santa Casa de São Carlos, presenciei fatos, conheci pessoas novas, ampliando assim meu circulo de amigos. Algo chamou-me muito a atenção. Duas mortes,duas vidas que se foram...meu amigo a quem eu cuidei por longos quatro dias, está de alta, em sua casa. O que não aconteceu com aquele homem, infelismente...

Um dia será minha vez. Não sei onde estarei, com quem, mas sei que irei, você irá, todos iremos.



Deixaremos esse mundo no anseio de um mundo melhor, envolto de anjos e nosso Criador.
São tantos os motivos...acidentes, barberagens no trânsito, injeções nas veias, doenças..etc.
Essa é terrivel..a doença, seja qual for.

Assim como presenciar o lindo casal na Santa Casa essa semana... O cancêr deu sinal com apenas um dor
no estômago, a um ano atrás. Embora pequenos problemas, viviam apaixonados.

Ele com seu caminhão pela cidade, ela com seu uniforme alvo.
Seu estado foi se intensificando nos últimos dias, fazendo daquele pequeno leite seu habitar.
Recebera o ar vindo da máquina fria, onde seu pulmão perdera a força.
Tudo dava sinais à chegada do descanso corporal, entubado e em coma, sua companheira não
o abandonara. Estavam unidos pelo amor, embora tamanha dor.


Existem momentos em nossas vidas que simplesmente são inesplicáveis, pude observar com emoção a cada dia.

Seu estado piorava a cada hora, suas forças foram sumindo, já não mais nos ouvia, não enxergava
os acontecidos a sua volta. Tudo era silêncio, solidão.
Infelismente no quarto dia fechou seus olhos, deu seu último suspiro entregando sua alma aos
céus, ficando a apaixonada em meio a dor. O sono eterno o embalou.
Erradamente do que se diz que a borracha do tempo apaga tudo, certamente não apagará em mim
e naqueles que estiveram presentes nessa madrugada cálida do mês de férias, quando ele se foi.


Estela
16-07-10