O encontro {BDSM}

Com toda correria, ocupações que tenho tido ultimamente, a cada segundo estou sonhando com o BDSM, minha paixão. Há dois anos não pratico, não tenho sessões. Estou baunilha, porém Polí ainda está viva, saúdavel e vadia dentro de mim. Minha vida com meu amor Paulo nada tem a ver com a arte, mas estou feliz, isso é fato. Ontem estava eu vindo da aula, decidi que mudaria o percurso que normalmente faço, assim chegaria em casa uns minutos antes das crianças, meus filhotes. Dentro do cata-louco vinha pensando na vida, em que faria no dia seguinte, tanto assunto a resolver, nossa, tomara que não pire..rsrs
Na rua, pessoas com pouca roupa, eu agasalhada, sinto muito frio, fico observando com meu MP4 na orelha. Anoto sempre algo que chama a atenção, busco inspiração em qualquer cena que vejo ou participo.
O digital do relógio acusava 21:38hs, talvez se eu correr pego o próximo carro e chegarei primeiro que meus anjos e farei uma surpresa á eles. Vira e mexe lá vou eu durmir com eles. Paulo é um homem coompreensível, tive sorte. O garoto não parava, observei já me aproximando dos degraus daquela praça central. Alguns jovens sentados com seu amor, seu caso, seu rolo, amante, sei lá...se engoliam com beijos libidinosos, o garotinho pulava de um lado ao outro, sobia e descia do banco, diminui meus passos para melhor detalhar essa visão. Quando olhou-me, sorrí, ele envergonhado correspondeu e sossegou. Nada de ônibus, quatro pessoas apenas a espera do retorno pra casa. Comigo não era diferente. Acendi um cigarro, olhei o visor do celular e me encostei na barra vermelha o tempo passar.
A condição não demorou a encostar, meus braços doiam com aquele peso dos cadernos, livros que carrego para meu aprendizado. Passei pela roleta, ví uma moça me olhando e sorrindo...rsrs. Era Cris, pessoa querida e amiga que pude sim agradecer por passar por minha vida na época em eu vivênciava a arte BDSM. Foi muito legal sabe, nos abraçamos, nos beijamos, sentei ao seu lado, já que o caminho era meio que demorado até descer. Falamos do tempo no SESC São Carlos, das meninas, do trabalho, ah! da filmagem que fiz no casório dela com Fer, alias devo-me lembrar que com minha experiência falha tive a proeza de registrar apenas os pés nesse matrimônio..rsrs. Demos muita risada. Hoje o assunto é outro, outros né? Com tanta mudança que tenho passado, assim como Cris. Não diferente de mim ela faz faculdade, não sei qual, também não tem problema, outra hora pergunto. Cris era uma pessoa que adorava me questionar sobre o Dono e Senhor de mim. Ontem, mesma coisa, quis saber. Achei muito bacana saber que está preparando uma reportagem, material pra aula, que será lançado no início do ano que vem.
E olha só, quem está lá? Polí, ESTRELA ou até eu mesma Estela. Um  dos fatos que marcou pra ela foi o dia das agulhas..rsrs..em mim, claro. Eu vivia com marcas, ganhas das sessões que tinha ao servir meu Senhor. Ela vibrava a cada história, explicação que eu dava, ensinava e mostrava os resultados. Inclusive uma das passagens ela estava no dia do acontecido, mas deixarei que ela nos conte, em breve. Disse á ela ontem que trarei pra cá, nesse meu espaço senzalal, onde adoro me isolar...me soltar e a Polí ídem...
Quando olhei, a praça. é hora de despedir, dar um tchau, pegar telefone e desembarcar, com o coração sorrindo. Adorei nosso encontro, de verdade!
Segui observando a praça, os casais na lanchonete, o carro parando na procura de algo com a menina que seguia na minha frente. O celular toca, eu ignoro apressando meus passos pra chegar logo e receber minha cria. Pan faz uma festa logo que chego no portão, fiz um carinho nela, abri a porta e fui pra cozinha. Sentada, tomando café e com cigarro em mãos fiquei, até que o barulho da moto pude ouvir com a chegada de Lek@, no escuro da luz, com mina alma iluminada com o encontro.
Valeu!!
Obrigada Jesus, obrigada amiga amada Cris.

Estela
28-10-10

Morrerei amando a arte bdsm sem talvez não mais vivênciá-la.