Terça feira, 15 de Outubro de 2002. Dia do Professor, nessa época eu era catquista na Comunidade São Jõao Batista, no bairro Santa Felicia na minha cidade, meu bairro, entre outras coisas. Não durmi quase, queria que amanhece pra eu voltar a vê-la, ouví-la, saber como tinha passado a noite. Levantei as 4:00hs, lavei umas peças de roupas, arrumei a bolsa das crianças, pois estava decidida que ficariam na Vó Maria mais um dia. Pediria para o Tio Carlão ( meu cunhado) que fosse buscá-los na escola. Levei o Lu pra Empresa, a Lek@ e o Ma pra escola e parei no prédio, 7:05hs. Minha agenda de compromissos estava cheia naquele dia. Minha cabeça estava a mil. Entrei e fui direto ao quarto dela, ela estava acordada, me sorriu agradecendo por eu ter vindo. Fiquei sem palavras, beijei sua testa e fiquei olhando-a com carinho, perdida.
Fui pra cozinha, fiz café, arrumei a mesa na esperança dela se levantar. Ela veio, tinha que tomar o remédio da pressão. Falava baixinho, parecia fraca...
-Você vai ficar aqui hoje? Perguntou.
-Sim, até quando for preciso, já avisei o Lu e a Vó Maria, ela cuidará das crianças. A noite irei a missa, depois tenho reunião com os coordenadores. O jantar da Nossa Senhora Desatadora do Nós está próximo e estamos numa correria com os alimentos, convites, carnês.
Ela saiu e foi deitar. Comecei a dar uma jeitada na sala, lavar a sacada, etc...
Ela continuava no refri e sem comer, pedindo a tal da Cola-Coca que eu coloquei pra gelar.
Sempre que eu a olhava ela durmia, roncava, estava num sono profundo.
Acordou as 9:30hs, foi até mim e pediu que eu a ajudasse a tomar banho, estava fraca, tremia.
Banho tomado, camisola limpa, lavamos o cabelo. Pé e mão estavam feitos, que eu tinha feito na semana anterior, como ela havia pedido. Graças a Deus não tenho Pai e nunca me fez falta. Conheço ele, mas não quero aproximação. Nem com meus filhos. Sou filha única.
Depois que ela se deitou novamente peguei o telefone e marquei uma consulta, pensando no porquê minha mãe não urinava mais. Não tinha horário para aquele dia, mais eu implorei tanto, tanto que a secretária consegui um encaixe para as 16:00hs. Dr. Galdi era o médico.
Minha mãe não almoçou, nem eu. Quando o Caco chegou eu disse que minha mãe não estava nada bem e que tinha consulta com o médico naquela tarde.
Caco é o filho da Patroa, onde minha morava e trabalhava. Criou ele. Eram muito unidos.
Enquanto ele batia um vitaminado para minha mãe tomar, Marina, sua namorada ligava e marcava urgente uma consulta, pra que Dr. Galdi fosse no prédio. Minha mãe, embora sem reclamar de qualquer dor, era nítido que piorava. Tomou um copo de vitaminado que eu e Caco obrigamos-a tomar e durmiu. O médico chegou rapidinho. 13:15 hs. Consultou, fez uma variedade de perguntas, na qual minha mãe respondeu a todas com lucidez.
A barriga dela estava bem grande, fora do normal, uma vez que já havia sido operada. Aquela bola do lado havia aumentado, demais...
-Internação urgente, fazer alguns exames...disse o médico, já adivinhando o mal.
Ligamos na Santa Casa não tinha vaga, nem carro. Como na família têm herdeiros da Casa de Saúde a levamos pra lá. O laboratório Mariconde iria fazer os exames.
Com muito custo, arrumei minha mãe, peguei a Certidão de Nascimento e saimos.
Fomos com o carro do Caco. Ele, Marina, minha mãe e eu.
Estela
15-10-09
Nunca parte para sempre quem deixa uma saudades...
Sinto muita saudades da Senhora ainda...
Mãe, eu te amo.
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